Há
dez anos, durante exames de rotina, a pernambucana aposentada Antônia
Ricardo da Silva, 73, que era hipertensa. A doença, segundo o Ministério
da Saúde, atinge 65% dos brasileiros com idade acima dos 60 anos. O
médico receitou remédios diários. Antônia sempre seguiu à risca o
tratamento. Mas, desde o ano passado, ela descobriu uma velha forma,
porém desconhecida pela maioria das pessoas, de reduzir a hipertensão.
Não precisa de medicamentos, nem fórmulas mágicas. É através da dança
que ela consegue mais saúde e qualidade de vida. Um estudo inédito no
Brasil, desenvolvido pela enfermeira Osinez Barbosa e pelo educador
físico Flávio Campos, como dissertação de mestrado em Saúde Humana e
Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), chegou à
conclusão de que a dança de salão é uma das soluções para normalizar a
pressão arterial. E mais: serve ainda para prevenir a doença.
Antônia
da Silva faz parte de um grupo de mais de 30 idosas que, três vezes por
semana, espantam a doença. Seguindo as instruções dos pesquisadores,
elas se reúnem e, por uma hora, nem sentem o tempo passar. "Antes não
fazia exercícios, vivia cansada, com dores nas pernas. Agora não sinto
mais nada", comemorou. A aposentada contou que a pressão está tão
controlada que ela não precisa mais tomar todos os dias os quatro
comprimidos receitados pelo médico. "O exercício físico contribui para
diminuir os níveis de pressão, melhora a qualidade aeróbica,
flexibilidade, equilíbrio e força muscular. Com a queda das taxas, a
quantidade de medicamentos também tende a cair", afirmou Flávio Campos,
que também é professor de dança.
"Sempre
que chegava ao final dessas aulas, muitos alunos diziam que a pressão
melhorava. Fui pesquisar o assunto e vi que não existia nenhum estudo
sobre isso. Tive a ideia de desenvolver uma pesquisa que desvendasse se
realmente a dança contribuía para controlar os níveis da pressão
arterial", contou Campos. Para compor a dissertação “Impacto das danças
de salão na pressão arterial, aptidão física e qualidade de vida de
idosas hipertensas”, os pesquisadores contaram com a colaboração de 29
idosas. Os homens com idade superior a 60 anos não quiseram participar
das aulas de dança.
"Apesar
de apresentarem o risco maior de hipertensão, eles não praticam
exercícios físicos, pois muitos não admitem que estão na 3ª idade",
contou. Foram aplicados testes de qualidade de vida e posicionamento
aeróbicos em todas as idosas. Os resultados, que incluíam a avaliação da
pressão arterial, eram comparados ao final de cada aula. "O efeito da
dança também reduzia a glicose e o triglicerídeo. Além disso, aumentava o
HDL, considerado o colesterol bom", explicou Osinez Barbosa.
Depoimentos
"Descobri
que tinha hipertensão após os 45 anos de idade. Já tenho histórico da
doença na minha família: meu pai e uma avó. Por isso, tive o cuidado de
fazer exames e diagnosticar que sou hipertensa logo cedo. O médico me
recomendou tomar dois comprimidos diariamente, pois, quando não tomo a
medicação, minha pressão altera. Ele ainda aconselhou que eu caminhasse.
Isso ajudaria a manter a pressão normalizada. Mas, somente depois de
começar nas aulas de dança de salão, há quase um ano, é que consegui
melhorar tanto a saúde, quanto a autoestima. Passei a tomar apenas um
comprimido por dia. Faço questão de comparecer aos três dias de aula,
toda semana. Muitas idosas que fazem dança de salão tinham depressão.
Agora, a vida delas mudou muito"
Severina Soares, 64 anos, aposentada
"Desde
janeiro deste ano frequento as aulas de dança de salão. Venho para me
prevenir da hipertensão. A minha mãe e duas irmãs sofrem da doença. Elas
precisam tomar remédios todos os dias. Já fui ao médico, fiz os exames
necessários, mas não identificaram que tenho hipertensão. Durante muitos
anos, não fiz atividades físicas. Sentia muitas dores nas pernas, nos
braços. No ano passado, passei a fazer ginástica para melhorar. Depois
conheci esse grupo de dança de salão e comecei a participar dos
encontros. Todas as dores e o cansaço físico desapareceram. Estou me
sentindo muito bem. Foi um benefício à minha saúde. Aqui, a gente se
sente em casa. Todas são iguais: a gente dança, conversa e se abraça.
Manda a hipertensão para bem longe"
Luzia Bezerra, 53 anos, dona de casa.
Temos como intuito postar notícias relevantes
que foram divulgadas pela mídia e são de interesse do curso abordado neste blog.
E por isso esta matéria foi retirada na íntegra da fonte acima citada, portanto,
pertencem a ela todos os créditos autorais.
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