A
diabetes é uma doença que atinge cerca de 347 milhões de pessoas, segundo dados
da Organização Mundial de Saúde. Se bem controlada, ela não prejudica a
qualidade de vida do paciente; porém, se não houver o controle adequado, o
diabético pode ter riscos de problemas na visão, nos pés e também nos rins,
nervos e coração, como alertaram o endocrinologista Alfredo Halpern e o
oftalmologista Emerson Castro.
Em relação à visão, o risco aumenta porque a
diabetes provoca alterações nos vasos do corpo e, no caso dos vasos dos olhos,
que são bem pequenos, pode causar também pequenos furos que dificultam a
irrigação de certas áreas, o que leva à retinopatia diabética, uma das
principais causas de cegueira.
Essa lesão nos vasos dos olhos pode também causar
um derrame de sangue, que provoca manchas prejudiciais à visão. Por isso, o
diabético deve fazer o exame de fundo de olho, pelo menos, uma vez por ano e
precisa também manter a doença bem controlada como uma medida de prevenção.
Em alguns casos, esses vasos podem ser
“cauterizados” com um tratamento a laser, como fez a dona de casa Leda
Ferreira. Nessa situação, a mancha da retinopatia pode melhorar ou simplesmente
não evoluir, mas em quadros mais graves, quando o derrame de sangue é muito
grande, pode não ter efeito e a pessoa perder a visão.
Pode ocorrer ainda de a retina ficar pouco irrigada
e ir “morrendo” aos poucos, até a pessoa perder a função do órgão e não
enxergar mais. Dados mostram que diabéticos há 20 anos têm 90% de chance de ter
algum grau de retinopatia, no entanto, como lembrou o endocrinologista Alfredo
Halpern, esses problemas podem ser evitados e controlados se a diabetes estiver
sob controle.
Como prevenção, os médicos alertam que pacientes
com diabetes tipo 2 devem fazer acompanhamento com um oftalmologista após 5
anos do descobrimento da doença. Já quem tem diabetes tipo 1 precisa fazer uma
consulta assim que for feito o diagnóstico. Para detectar a retinopatia
diabética, o exame feito é o de fundo de olho, simples e barato – se
diagnosticada, o médico vai indicar o melhor tratamento e, principalmente, se
preocupar em controlar a diabetes.
A dica de controle como prevenção vale também para
evitar outros problemas. A má circulação, seja por causa dos pequenos vasos
sanguíneos ou grandes, pode lesar o coração, o cérebro, os membros inferiores,
os rins, os nervos e também a pele, além de retardar a cura de lesões. Por
isso, os pacientes com diabetes apresentam muitas complicações graves em longo
prazo, como infartos e AVC, por exemplo. No caso dos rins, pode ocorrer uma
alteração no fluxo e, consequentemente, insuficiência renal; nos nervos, pode
ocorrer uma neuropatia, que é a falta de sensibilidade em qualquer região do
corpo.
No entanto, as complicações são mais comuns nos
membros inferiores e, por isso, os pacientes com diabetes descontrolada devem
ter uma atenção especial principalmente com os pés. Isso porque as lesões
que o excesso de açúcar no sangue provocam nos vasos e nervos atrapalham a
irrigação e, somadas à falta de sensibilidade, podem levar a quadros mais
sérios – segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, qualquer lesão no pé, por
exemplo, demora mais para cicatrizar e, por isso, pode se transformar em
úlceras, infecções importantes, trombose e, em alguns casos, amputações.
Fonte: Bem
Estar | Portal da Enfermagem
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