segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Quem tem diabetes deve ficar alerta ao problema do Pé Diabético



As pessoas que se declararam diabéticas no Brasil passou de 5,3% para 7,4%, um aumento de 40% entre 2006 e 2012, segundo a pesquisa Vigitel 2012. Esse avanço está relacionado ao excesso de peso, à falta de exercícios físicos, à má alimentação e o envelhecimento da população. Em 2012, pela primeira vez na história, o número de pessoas com sobrepeso superou a metade da população, chegando a 51%. 

Quem tem diabetes deve ficar alerta ao problema do Pé Diabético. Causado principalmente pela neuropatia diabética – doença relacionada ao sistema nervoso – o pé diabético deve ser entendido como alguma alteração neurológica, ortopédica, vascular ou infecciosa que ocorre no pé do diabético. “As pessoas pensam naquele pé que chega à emergência com ferimentos graves que acaba com amputação. Mas isso é somente o estágio final do pé diabético. Ele começa muito antes, quando a pessoa começa a ter a doença”, nos explica o cirurgião vascular do Hospital Federal dos Servidores do Estado(RJ), Dr. Jackson Caiafa. 

O cirurgião alerta que os cuidados devem ser tomados antes da neuropatia estar instalada. “Todo diabético tem que ter uma alimentação adequada, vida saudável e fazer atividades físicas. Deve-se também fazer uma avaliação periódica para detectar os problemas vasculares e neuropáticos precocemente”, afirma o Dr. Jackson. A cegueira e a insuficiência renal também são causados pelas lesões e neuropatias.
O exame físico, a verificação dos pulsos, dos pés e os exames de sensibilidade devem ser feitos, segundo o médico, ao menos uma vez por ano. Caso a neuropatia esteja instalada, as avaliações devem ser feitas, no máximo, a cada seis meses, dependendo do grau de risco do paciente. “Estudos mostram que o controle do diabetes é o principal fator para evitar a neuropatia. Feridas nos pés, calos, micose e frieira devem ser encaradas como algo grave quando aparecem”, comenta o cirurgião.

Sebastião Amorim Viana tem diabetes tipo 1 há 24 anos. De vez em quando diz que exagera em alguma comida e desregula o diabetes. Devido a complicações neuropáticas no pé, já precisou ir ao médico algumas vezes. “Até um calçado mais apertado cria calo e, como não tenho a sensibilidade boa, quando vejo já está ferido. Aí procuro minha médica e ela passa os medicamentos. Mas demora muito para sarar, uns dois meses dependendo do ferimento”, relata Sebastião, que não precisou amputar nenhum membro, segundo ele, por ir ao médico com frequência e sempre avaliar os próprios pés.

A neuropatia diabética faz a pessoa perder a sensibilidade dos pés e das mãos, impedindo muitas vezes que se perceba pequenos ferimentos e lesões nos pés. Isso ocorre porque a hiperglicemia, causado pela doença, prejudica a circulação sanguínea e causa um déficit de oxigenação, favorecendo o aparecimento de úlceras, que são a porta de entrada para infecções. Uma vez que essa infecção atinge os ossos, causando a osteomielite, o tratamento pode ser unicamente o da amputação do membro. 

Quem nos explica isso é o endocrinologista do Hospital Federal dos Servidores do Estado (RJ), Dr. Sylvio Provenzano. “Esse que é um problema de saúde pública porque o custo social de uma pessoa com uma mutilação é altíssimo, além do custo financeiro para toda a sociedade”, ressalta o Dr. Sylvio. 
 
Cuidados – “A primeira recomendação é: controle bem o diabetes! Paralelamente, outras medidas são importantes para minimizar os riscos. Todos os cuidados devem ser usados tendo em vista que o pé diabético pode levar a uma mutilação”, alerta o Dr. Sylvio Provenzano. “Examinar os pés e as solas diariamente com ajuda de espelho é muito importante.

Existe alguma rachadura, algum calo? Então é preciso procurar um médico”, comenta o especialista.

O Médico endocrinologista Sylvio ainda enumera alguns cuidados:
Evitar a ida a manicures e pedicures que não estejam acostumados a lidar com pés de diabéticos;

Sob hipótese alguma se deve tirar a cutícula;

As unhas devem ser cortadas na forma reta e tomar cuidado na parte próxima a pele;

Os pés devem ser lavados de preferência com água morna ou fria, uma vez que a água quente, por causa da insensibilidade que o diabetes causa, pode levar a queimaduras;

Secar adequadamente o pé;

Usar meia de lã ou de linho, pois são melhores que a de nylon;

Usar tênis e sapatos confortáveis e macios;

Estar de preferência sempre com os pés protegidos, até quando for a praia ou piscina.

Saúde não tem preço – Programa do Ministério da Saúde aumentou número de pessoas que retiraram medicamentos de graça para hipertensão arterial e diabetes de 853 mil em janeiro de 2011 para 5,5 milhões em dezembro de 2013. Desde sua criação até o final do ano passado, o Saúde Não Tem Preço já beneficiou mais de 18 milhões de brasileiros com medicamentos distribuídos gratuitamente em todo país.

A ação, que faz parte do programa Farmácia Popular, disponibiliza remédios de graça para hipertensão, diabetes e asma. Somente em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 1,4 bilhão no Saúde Não Tem Preço, que oferece seis medicamentos gratuitos para hipertensão, cinco diabetes e três para asma. Em todo o País, são 30.105 farmácias, entre públicas e particulares credenciadas, que distribuem os medicamentos.

Fonte: Ministério da Saúde




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