O Cofen esclarece
sobre a decisão de prescrição de medicamentos
O Conselho Federal de
Enfermagem – COFEN vem a público, para transmitir a sociedade e aos
profissionais de enfermagem, este em especial, a verdade sobre os fatos que vem
sendo veiculados na internet por certas pessoas, e também por alguns conselhos
de profissões legalmente regulamentadas, a exemplo dos Conselhos de Farmácia,
Conselhos de Medicina e Conselhos de Odontologia, de que o “TRF proíbe
prescrição de medicamentos por enfermeiro”.
Em novembro de 2006,
o Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação
Nacional dos Médicos impetraram em desfavor da União Federal o Mandado de
Segurança, com pedido de liminar, que tramitou na 4ª Vara Federal da Justiça
Federal da Seção Judiciária de Brasília sob o nº 2006.34.0034.729-1, visando à
decretação da nulidade da Portaria M. S. nº 648/GM/2006 e do seu anexo (esse o
seu objeto). Já no primeiro momento, o Juiz Federal daquela Vara Federal
indeferiu o pedido de liminar, tendo o Conselho Federal de Medicina interposto
o Agravo de Instrumento nº 2007.01.00.000126-2 para o Tribunal Regional Federal
da 1ª Região. Sem sucessos, destaque-se.
Na malfadada nota,
afirmam os seus autores que “o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região
(Brasília), tornou definitivamente sem efeito a Resolução 272/2002 do Conselho
Federal de Enfermagem (Cofen) que permitia aos enfermeiros diagnosticar
doenças, prescrever medicamentos e solicitar exames com autonomia no âmbito dos
programas de rotinas aprovados em instituições de saúde”.
Em verdade, a
trata-se da divulgação da mesma matéria veiculada em agosto de 2008, à época
sepultada pela própria decisão judicial proferida no encimado Mandado de
Segurança que, diante da expedição da Portaria nº 1.625, de 10 de julho de
2007, pelo Ministério da Saúde, decidiu o MM. Juiz Federal que o conduzia por
sepultá-lo definitivamente o referido processo, concluindo ao final: “diante do
exposto, em face da falta de interesse de agir superveniente, JULGO EXTINTO O
PROCESSO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, nos termos do art. 267, VI, do Código de
Processo Civil” (segue a sentença do Juiz Federal, NÁIBER PONTES DE ALMEIDA, como
prova das afirmações aqui trazidas a público).
Conforme se vê, não
prospera a notícia indevidamente veiculada na internet, de que os enfermeiros
não podem mais diagnosticar doenças, prescrever medicamentos e solicitar exames
com autonomia no âmbito dos programas de rotinas aprovados em instituições de
saúde, porquanto falaciosa.
Por outro norte, não restam dúvidas que as atribuições do profissional de enfermagem permanecem preservadas e garantidas pela Lei nº 7.498, de 25 de julho de 1986, dispondo claramente que: “O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem cabendo-lhe” (Art. 11): privativamente (inc. I) a “consulta de enfermagem” (alínea “i”). E, “como integrante da equipe de saúde” (inc. II): a “prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde” (alínea “c”).
Destarte, deve sim o
enfermeiro exercer a sua profissão com a liberdade, dignidade e autonomia que
lhe assegura a Constituição Federal e a Lei do Exercício Profissional, devendo
ele assumir firmemente o título de enfermeiro (a) a que está legalmente
habilitado. Título esse alcançado com esforço e privações inesquecíveis,
vividos durante aquele lustro dentro de uma sala de aula, cuja memória não
deixa escapar.
Relevante salientar
que a Resolução COFEN nº 272/2002, foi revogada pelo Conselho Federal de
Enfermagem, através da Resolução COFEN nº 358/2009. E não, pela decisão do
Tribunal Regional da 1ª Região como inveridicamente divulgado na internet.
Aliás, tamanha a
desinformação (ou flagrante má-fé) daqueles que veicularam a matéria que, a bem
da verdade a Resolução desta Autarquia Federal que tratava sobre o diagnostico
de doenças, prescrição de medicamentos e solicitação de exames com autonomia no
âmbito dos programas de rotinas aprovados em instituições de saúde, garantidos
ao enfermeiro, era a 271/2002, também revogada pelo Conselho Federal de
Enfermagem através da Resolução COFEN nº 317/2007.
Nesse passo, dúvidas
não restam de que a verdade deve ser restabelecida por aquelas pessoas
(profissionais de medicina, de farmácia e de odontologia, entre outros) e
conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas que, indevidamente,
fizeram a veiculação na internet daquela inverídica matéria, reconhecendo as
competências dos valorosos profissionais de enfermagem como indispensáveis à
saúde pública do Brasil, daí pugnando aos Conselhos Federais de Medicina,
Farmácia e Odontologia que adotem as medidas necessárias junto aos seus
Conselhos Regionais, para o restabelecimento da verdade.
Conselho Federal de Enfermagem
Diretoria
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